Paraíba registra três feminicídios em janeiro de 2025, segundo dados da SSP

 

A Paraíba registrou três casos de feminicídio no primeiro mês de 2025, segundo dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do estado (SSP-PB). Os crimes, que ocorreram em diferentes regiões, reacendem o alerta para a violência contra a mulher e a necessidade de políticas públicas eficazes para combater esse tipo de violência. As vítimas tinham idades entre 25 e 40 anos e foram mortas por companheiros ou ex-companheiros, reforçando o padrão de violência doméstica que caracteriza a maioria dos casos de feminicídio no país.

De acordo com o G1 Paraíba, os crimes aconteceram nas cidades de João Pessoa, Campina Grande e Patos, que são os três maiores municípios do estado. Em todos os casos, as vítimas já haviam registrado queixas contra os agressores, mas as medidas protetivas não foram suficientes para evitar as tragédias. Os suspeitos foram presos e estão à disposição da Justiça, aguardando julgamento.

Os números de janeiro mantêm a Paraíba em alerta, já que o estado tem registrado uma média preocupante de feminicídios nos últimos anos. Dados da SSP-PB mostram que, em 2024, foram contabilizados 32 casos de feminicídio, um aumento em relação ao ano anterior. Especialistas apontam que a pandemia de Covid-19 e o isolamento social agravaram a situação de vulnerabilidade das mulheres, muitas vezes presas em casa com seus agressores.

A delegada responsável pela Delegacia da Mulher em João Pessoa, Dra. Maria Lima, destacou a importância de denunciar casos de violência doméstica e buscar ajuda o mais rápido possível. “Infelizmente, muitos casos de feminicídio poderiam ser evitados se as vítimas recebessem o apoio necessário no momento certo. É fundamental que as mulheres saibam que não estão sozinhas e que existem mecanismos de proteção”, afirmou.

A Paraíba conta com uma rede de apoio às vítimas de violência doméstica, que inclui delegacias especializadas, centros de referência e o disque-denúncia 180, canal gratuito e anônimo para relatar casos de agressão. No entanto, especialistas alertam que é preciso ampliar e fortalecer esses serviços, além de promover campanhas de conscientização para mudar a cultura machista que ainda predomina em muitas regiões.

O caso mais recente ocorreu em Patos, onde uma mulher de 30 anos foi morta a facadas pelo ex-companheiro. A vítima havia registrado um boletim de ocorrência contra o agressor há menos de um mês, mas ele não respeitou a medida protetiva concedida pela Justiça. “Ela estava tentando recomeçar a vida, mas ele não aceitou o fim do relacionamento. É um caso triste e que poderia ter sido evitado”, lamentou uma amiga da vítima.

Os três feminicídios registrados em janeiro reforçam a urgência de ações efetivas para proteger as mulheres e punir os agressores. Organizações não governamentais e movimentos feministas têm cobrado do poder público mais investimentos em políticas de prevenção e combate à violência de gênero. “Precisamos de mais delegacias especializadas, mais abrigos para mulheres em situação de risco e mais campanhas educativas. Só assim vamos conseguir reduzir esses números”, afirmou a coordenadora de uma ONG que atua no estado.

Enquanto isso, as famílias das vítimas choram a perda de suas entes queridas e cobram justiça. A sociedade paraibana espera que os casos de janeiro sirvam como um alerta para a necessidade de mudanças urgentes, garantindo que mais vidas não sejam perdidas para a violência de gênero. A luta contra o feminicídio continua, e a Paraíba, assim como todo o Brasil, precisa enfrentar esse desafio com determinação e união.